domingo, 22 de abril de 2012

19 de abril - Uma lembrança indigena

Em 2009 visitamos (eu, professores e alunos da E.E.S.J.B.) a aldeia indigena em Irai-R.S. Foi um momento inesquecível.Memória de uma das apresentações culturais.

Atlantis

ATLANTIS
As minhas férias do ano passado foram extraordinárias. Eu fui à cidade de Florianópolis, pela primeira vez, tendo como maior desejo praticar mergulho no mar.
Chegando lá, já no primeiro dia, me informei onde eu poderia fazer isso, e aluguei o equipamento. No outro dia, pela manhã, eu e um amigo pegamos o barco e fomos até o local indicado. Logo arrumei o cilindro de oxigênio e a máscara, assim como meu amigo, que quis me acompanhar.
Que mundo maravilhoso o subaquático! Não muito longe da costa, havia um recife de corais, e juntamente centenas de espécies de animais marinhos. Ficamos ali por mais ou menos 30 minutos, quando uma coisa me chamou a atenção: o som de vários instrumentos musicais, tocando várias melodias. Esse som vinha do lado do mar aberto. Comecei a nadar pra lá sem avisar meu amigo. Continuei nadando, em direção ao som, até que, após passar por uma elevação no fundo do mar, avistei uma coisa que me deixou pasmado: Uma cidade, toda feita de conchas, recifes de corais e pedras marinhas, construída como uma cidade da antiga Grécia, não muito grande. Aproximei-me, só por curiosidade. Ao chegar lá, descobri que era Atlantis, aquela legendária cidade perdida. Comecei a observar a população, que eu acho que nem me notou ali. Todos tinham seu próprio instrumento musical, feitos de partes de navios naufragados e conchas marinhas, e, ao andar pela rua, paravam por um momento e tocavam uma música, então continuavam a caminhar.
Até que em um momento, escutei uma melodia maravilhosa tocada em uma flauta. Quando avistei seu músico, desmaiei imediatamente e não vi mais nada.
Quando acordei, estava em um lugar totalmente branco, com uma bolsa de soro pendurada ao meu lado. Aí percebi que estava no hospital. Meu amigo levantou-se e me explicou que, após não me ver mais, começou me procurar, e me achou desmaiado, com o cilindro de ar totalmente vazio. Levou-me ao barco e chamou socorro bem a tempo.
Quando lhe contei sobre Atlantis, disse que eu só havia imaginado enquanto estava desmaiado. Falei que podia ser que sim, mas não engoli a ideia. Aquela música ainda tocava na minha cabeça.
Bernardo Stollmeier Kuss – 8ª série matutina

Minha ida à lua

Minha ida à lua
    Levantei para tomar café junto com meu pai, que estava sentado sobre a mesa lendo o jornal daquela manhã. Quando após dar uma gargalhada, largou o jornal na mesa , deu me um beijo e foi trabalhar.
     Por curiosidade peguei o jornal. Na capa uma matéria que dizia:“Especulações revelam que o homem jamais esteve na lua”. No momento nem dei muita atenção, acabei de tomar meu café e fui à escola.
     Na escola até minha professora comentou o assunto, perguntou o que achávamos, mas ninguém se manifestou, nem ela sabia muito. Havia muitas dúvidas a respeito e foram as mesmas que não me deixava esquecer do assunto.
     Quando acabou a aula resolvi passar na biblioteca para pesquisar melhor. A biblioteca estava vazia, no mais completo silêncio. Aproximei-me de uma prateleira cheia de livros, peguei alguns, sentei-me à mesa ao lado e comecei a ler.
     Foi ai que tudo aconteceu. Uma gigantesca porta se abriu e uma estradinha feita de pedras preciosas apareceu. Decidida, tomei o rumo da estrada que me levou a uma nova porta. Ao abri-la me apavorei.Uma placa gigantesca me surpreende.
 Estava escrito com letras maiúsculas: “Bem vindas à lua”. No momento nem acreditei. Comecei a dar beliscões em meu próprio braço. Foi quando a fixa caiu, eu estava mesmo na lua.
    Um balão amarelo cheio de ar veio ao meu encontro. E ao pegar seu barbante comecei a voar e fui subindo, subindo e lá do alto olhando para baixo conclui que a lua era quadrada e não redonda.
    Decidi descer para verificar uma coisa. Chegando ao chão peguei uma daquelas pedrinhas que formava aquele grande quadrado chamado lua, e coloquei na boca.  Um gosto surpreendente tomou conta de mim, a lua era feita de chocolate branco, o mais gostoso de todos os chocolates já vistos. Peguei um pedaço maior e coloquei no bolso.
No dia seguinte, acordei em meu quarto. Levantei correndo da cama e fui à cozinha, lá vi meu pai lendo seu jornal da manhã. Dei um forte abraço e disse:
     - Pai, você nem sabe a onde eu estive. Em um lugar onde ninguém jamais foi. Primeiro eu atravessei uma estrada de pedras brilhantes e vi uma placa gigante escrito lua. Achei um balão amarelo e voei sobre a lua que não é redonda, ela é quadrada. A melhor parte é que a lua é feita de chocolate branco, o melhor e mais gostoso chocolate. Olha, eu até peguei um pedaço para você papai.               
    Coloquei a mão no bolso. Mas para minha tristeza não havia nada. Ele sorriu para mim e disse:
    - Quanta imaginação menina. Agora vá se arrumar para ir à escola.
    Não entendendo nada o que tinha acontecido fiquei sem palavras e resolvi obedecer meu pai. Arrumei-me e fui à escola. Eu não conseguia esquecer todas aquelas coisas legais que fiz, que vi. Eu sabia que tudo aquilo tinha acontecido. Podia sentir ainda o gosto da lua....
Andréia Marangoni -8ª série matutina

Gêneros: Verdades perigosas

Propondo-me a trabalhar com o gênero crônica com  alunos de 8ª serie, selecionei algumas crônicas impressas de vários autores e busquei com eles os traços comuns: o tamanho, o estilo, a proximidade com a ficção, entre outros. Lemos tais crônicas, observamos a ideia da narrativa, normalmente vinculado a um fato da ordem do dia-coisas do tempo- e de fato ocorrido e logo vem o fato verrossímil (o que não deixa de se aproximar do conto) e me dou conta mais uma vez, da possibilidade de produzir textos de um gênero - objeto  de estudo-, de muitos outros gêneros. Intrigada e disposta  a refletir sobre tais constatações, busquei mais leituras sobre gêneros. Encontro umas pérolas do linguistica Luiz Percival Leme Brito, que propõe uma reflexão, ponderando os significados. E assim, constato que a crônica,  como se trata de coisas do cotidiano, supõe outros gêneros narrativos e dissertativos a acompanhá-la: o relato,o causo... Seria o caso dessas duas crônicas produzidas e escolhidas pelos meus alunos? Posto aqui duas crônicas produzidas pelos meus alunos da 8ª série que não foram reescritas, apenas revistas.Saliento que a revisão pode ser/é uma etapa da produçãodo texto, mas não sua reescrita. E essa pode ser uma conversa seguinte. Espero que opinem. Na próxima semana tem mais.!

sábado, 21 de abril de 2012

uma comparação....

Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na da folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.[...]
Joao Cabral de Melo Neto


 
Parafraseando J.C.de Melo Neto, para catar feijão é necessario uma técnica, um método, uma ferramenta para a separação do melhor feijão, e para escrever melhor, também. Os gêneros textuais são considerados ferramentas de ensino para que possamos aprender mais e melhor a língua que falamos.E eles precisam ser ensinados na escola para que os alunos possam dominá-lo como instrumento de comunicação indispensável para o exercicio da cidadania.






sexta-feira, 20 de abril de 2012

memórias literárias

Algumas memórias literárias
Como relatar pode ser dolorido e mágico ao mesmo tempo! Dolorido porque nos reportamos a dimensões afetivas profundas, trazemos lembranças prazerosas. Mágica, pois acaba sendo uma viagem. Pensa-se  até em resistência . Mas, não, não pensem que minha resistência seja por que não tivesse o que escrever, pelo contrário, há muitas histórias para contar, muitos livros lidos, relidos....todos muito significativos, outros nem tanto, e justamente nesse ponto que reluto, pois sei da minha dificuldade de só relatar o essencial...Mas... o que é o essencial?!!!!
Na escola, nunca fui destaque, exceto nas leituras que fazia (com muitas caras e suspenses, a professora e os colegas diziam adorar) e sempre histórias a escrever (tinha dificuldades para pôr fim a elas (ainda tenho).Acho que sempre posso criar mais um detalhe, mais um enredo, mais um personagem...
Minhas primeiras lembranças de leitura depois do Barquinho Amarelo, Narizinho, foram as fotonovelas, Sabrinas, Julias e Biancas.Era doida por elas, vivia trancada, escondida da mãe lendo. Não que minha mãe não permitisse ler, mas eu não tinha limites. Para mim qualquer hora, era hora de ler, e como tinha tarefas a cumprir era uma confusão só!Também gostava de ler gibis (Tex e outros, fazíamos coleção e troca de livros. Era o máximo!Lembro bem que na época não tínhamos energia elétrica, nasci e morei durante muito tempo no interior, então, usávamos "liquinho"(espécie de lampião moderno), e velas. Foram inúmeras as vezes que a mãe gritava para apagarmos pois já era tarde e era preciso dormir para cedo da manhã levantar. Meu primeiro livro para valer, livro que o professor exigiu foi o Gaúcho, de José de Alencar. Estava na 6ª série. Nossa! Reclamei com o professor que eram muitas as páginas e as letras miúdas, além de eu não compreender muita coisa. Ele respondeu que eu já podia ler tal livro e que não seria tão difícil! De fato, não foi tão difícil lê-lo, mas lembro que demorei um bocado de tempo para entender o que era Oiticica que tanto o livro citava.Me deparo muitas vezes com alunos que também demoram para compreender as "Oiticicas" dos livros. Depois me aventurei com o Sertanejo, a Moreninha e assim foi.Todos no atual ensino fundamental.Quando trabalhei mais tarde (anos 90) com a disciplina de literatura no ensino médio, lembro que sempre citava os livros com comentários que faziam os alunos me olharem espantados e muitas vezes duvidando que eu realmente tivesse lido todos aqueles livros!! E o Jardim Dos esquecidos!!!Esse marcou muito! Adorava!! Ganhei de um amigo, comecei a leitura e resolvi comentar com minha irmã.Que desatino! Ela resolveu verificar e foi tamanha empolgação que quis ler o tal livro e acabamos por dividir as horas para lê-lo. Era um briga só. Nenhuma das duas queria parar no tempo pré-estabelecido. Nessa época já tínhamos energia elétrica, mas se fazia necessário economizar e então apelávamos para as velas. Já no ensino Médio, li quase todos os clássicos do período romântico, realista/naturalista. A obra A Carne de Julio Verne, me fascinou bem como O crime do padre Amaro (fiquei chocada!). Mais tarde, na Universidade tive contato com Clarice Lispector (Macabéia) fascinante, Carlos Drummond, Erico Veríssimo e tantos outros. Estudei em Palmas PR, e tive o prazer de ter conhecido uma professora maravilhosa de literatura (a Vera).Com ela, aprendi a gostar mais ainda de ler. Ela falava/analisava com tamanha propriedade e emoção as obras que optei por me dedicar mais a literatura. Quando fiz minha primeira especialização (em literaturas), conheci um pouco de literatura moçambicana, africana e pude ter contato principalmente com contos. O professor, Sergio Zan, que também foi meu orientador, me permitiu revisitar Graciliano Ramos, com a obra São Bernardo. Sofri tanto com Madalena. Quase compreendi Paulo Honório. Foi uma época memorável. No mestrado, apesar de ter feito leituras mais específicas, também pude fazer leituras agradáveis que continuam a me instigar e permitem repensar minha prática pedagógica sempre cada vez mais. Atualmente, minhas leituras têm se restringido um pouco, mas sempre que possível busco leituras mais "leves" como Martha Medeiros, Mário Quintana, algumas leituras relacionadas a Administração de pessoas e negócios, entre outras. Também curto bobagens (necessárias) como Claudia (sou assinante há mais de quinze anos), não consigo evitar. Gosto muito das revistas Superinteressante, Veja, IstoèDinheiro...Leio mensalmente NovaEscola, Bravo, IT'S, e outras. Adoro literatura infantil! Ganhei de meus alunos um livro maravilhoso! Minha amiga Tatiana também me presenteou com um livro sobre amizades. Que leitura agradável! Procuro plantar algumas sementes a cada dia: sempre leio/conto histórias para algumas turmas da escola. Geralmente inicio minhas aulas com a leitura de um conto, uma poesia, uma história, um salmo , e tenho feito boas colheitas.